Título: O dom de despertar no passado as centelhas da esperança: história e conflitos sociais na Alta Idade Média Ibérica
Autores: Bastos, Mário Jorge da Motta; Universidade Federal Fluminense
Fecha: 2012-05-18
Publicador: Acta Scientiarum. Education
Fuente:
Tipo:

Tema: No aplica
Descripción: Qualquer debate ou consideração crítica atual sobre o uso das fontes pelos medievalistas deveria pautar-se pelo aparente paradoxo da negação/afirmação de nossa especificidade. De nossa condição primária, ou essencial, de historiadores, deriva a necessária reflexão acerca das perspectivas associadas às proposições do “retorno aos documentos” no âmbito do paradigma historiográfico hoje hegemônico na “escola histórica francesa”, se não “ocidental”, que disfarça mal o ceticismo, o idealismo e o reacionarismo triunfantes com a “nova história” e a “condição pós-moderna”. No campo de nossa especialização, por seu turno, impõe-se um ponto crítico primário: o “fazer histórico” relativo à História Medieval parece-me ter se constituído em um campo particularmente fértil ao predomínio de uma perspectiva de abordagem que rejeita, com veemência, toda e qualquer tentativa de análise que imponha, a um período histórico dado, conceitos e categorias que não tomem por base as “expressões” ou “concepções” elaboradas e vigentes no âmbito do período em questão. Qualquer instrumento ou recurso analítico forjado pelo corpo das ciências humanas contemporâneas daria ensejo, ou resultaria em uma deformação, se não profanação, do passado. Propondo-me a abordar, nesta exposição, as expressões dos conflitos sociais na documentação relativa à sociedade da Península Ibérica da Alta Idade Média, parto da seguinte referência de base: o historiador que exerça o seu ofício alheio a um instrumental heurístico produz, na melhor das hipóteses, uma descrição mais ou menos densa – mas, ainda assim, apenas uma descrição – essencialmente respeitosa dos mitos e visões de mundo hegemônicas de elites que jazem em alguma fatia de duração do tempo. Em se tratando do nosso “pedaço específico de passado”, por tal via o que se produz, com considerável freqüência, é uma mera descrição atualizada, em língua vernácula, dos discursos de outrora, elaborados em um latim canônico ou encerrados na difícil sintaxe dos idiomas arcaicos. Deveríamos, ao contrário, seguir para os arquivos imbuídos sempre da máxima de que o historiador deve – não é essa a sua função? – desrespeitar o passado em prol da subversão do presente
Idioma: Portugués

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