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O sistema vitivinícola tradicional pouco evoluiu desde a introdução da viticultura no Brasil, em meados do século 19. Com estratégias centradas em um vinho comum e de preço baixo, e interessado basicamente em quantidade, o setor produtivo só recentemente reagiu à segmentação do mercado brasileiro de vinhos, com uma nova demanda focada na qualidade. Considerando as dificuldades de adaptar às condições locais o modelo de vitivinicultura transferido da Europa e apoiando-se na segurança técnica e na econômica que a produção tradicional garante ao setor, a Associação dos Produtores de Vinho com Selo de Qualidade, da região do Vale do Rio do Peixe, em Santa Catarina, vai realizar uma primeira experiência de qualificação de vinho de uvas de variedades locais. Constata-se, no entanto, que o modo de certificação implementado enfrenta restrições no mercado, por conta dos processos de reconhecimento vigentes. Além disso, ainda são frágeis os critérios de diferenciação e os processos de avaliação que norteiam essa qualificação. Na ausência de uma entidade do poder público de controle e fiscalização da produção de vinhos, o novo modelo foi construído sem o necessário embasamento conceitual e jurídico. O apossamento, por parte de uma elite de empresários ? o que exclui a maioria dos atores envolvidos ? desse controle de qualidade também dificulta o seu reconhecimento pelo setor em geral e, por conse-qüência, interfere no seu fortalecimento. 2005 |