Autores: |
Lobato, Flavio Henrique Souza; Universidade Federal do Pará, Belém, PA Aires, Jamyle Cristine Abreu; Universidade Federal do Pará, Belém, PA Costa, Alan Carlos de Jesus; Universidade Federal do Pará, Belém, PA |
Descripción: |
O Parque dos Igarapés, como é popularmente conhecido, é um dos belos recortes da Amazônia em plena a cidade de Belém do Pará, localizado as margens do Rio Ariri e a 7 km do Estádio Olímpico do Pará, o “Mangueirão”. O Parque possui grande estrutura de turismo e lazer, que a própria natureza incumbiu-se de edificar, juntamente às intervenções do homem. O objetivo do Parque é proporcionar lazer em um espaço, que fomenta a sensibilização, conservação e sustentabilidade da floresta remanescente na urbe de Belém, tendo o público frequentador um contato mais estreito e consciente com o meio ambiente. Entretanto, como todo e qualquer empreendimento privado, o Parque está intrinsecamente envolto pelos ideais capitalistas, tendo nos últimos anos desenvolvido, novas alternativas de renda. Neste cenário, os eventos ganharam destaque, e acabaram surtindo efeitos de cunho econômico, social e ambiental no espaço. Os famosos “reggaes” nas noites do parque, se consolidam nesse contexto como os principais agentes contribuintes dos impactos ambientais. Se instaurando uma dicotomia em que de dia este espaço promove sustentabilidade o ecoturismo e durante a noite degrada o que ainda resta de natureza na selva de pedra chamada Belém. É diante deste panorama que o presente trabalho, tem como objeto de estudo o Parque dos Igarapés, sendo o problema de pesquisa a ser investigado e debatido; o porquê do discurso e prática paradoxal do parque? Tendo por objetivo analisar as consequências socioambientais que essa dicotomia implica. A partir dos resultados deste estudo espera-se contribuir com a área de estudos ao qual a problemática abordada neste estudo vincula-se, levantando o debate e discussão, como uma forma de dar seguimento as pesquisas, seja através da mesma ou de novas abordagens. Com isso, ambiciona-se chamar a atenção dos gestores, para que estes possam identificar suas falhas e, assim construir alternativas para reverter à situação. A partir deste contexto, o presente estudo foi construído a partir de uma abordagem qualitativa com pesquisas exploratórias documentais e pesquisas em campo, com a coleta de dados feita através de um survey, tendo as perguntas sido elaboradas com base na problemática e objetivo deste estudo, e por meio de observações sistemáticas in lócus, e registros fotográficos realizados em maio e junho do presente ano. Destarte, a partir das pesquisas realizadas, foi possível compreender que o arcabouço teórico-conceitual da sustentabilidade, do ecoturismo e de modelos afins, no Parque, assim como em outros empreendimentos não saem do discurso, quando um planejamento é realizado, em geral de natureza mercadológica a sustentabilidade é até incluída, porém não implementada. O Parque cria uma “maquiagem” sustentável, como forma de firmar ante o mercado que possui as responsabilidades social e ambiental, por meio de ecoturismo “encenado” em de dia demostra e propaga a sua preocupação e responsabilidade socioambiental, porém de forma paradoxal, a noite oferece festas que comprometem a sua biodiversidade. A gestão precisa compreender que os recursos encontrados na natureza são limitados e que essas tipologias de acumulação de capital, somente intensificam os impactos e aceleram a estagnação dos recursos do Parque. |